domingo, 29 de maio de 2011

Protetores da Amazónia assassinados!

Como José e Maria foram mortos no faroeste do Brasil por defenderem a floresta
27.05.2011
Alexandra Lucas Coelho, em Belo Horizonte

José Cláudio já tinha avisado que um dia o iam matar, por atrapalhar os madeireiros que devastam a Amazónia. E terça-feira foi morto a tiro, com a mulher.



Um cortejo de cinco mil pessoas seguiu ontem o funeral de José Cláudio Ribeiro da Silva e Maria do Espírito Santo, assassinados na terça-feira, quando viajavam de moto perto de casa, em Nova Ipixuna, Sudeste do Pará, Amazónia.

Dois pistoleiros alvejaram-nos com tiros de revólver e espingarda e depois cortaram uma das orelhas de José Cláudio, presumivelmente para entregar a quem os contratara, como prova.

O crime aconteceu horas antes de ser aprovado no Congresso Brasileiro um novo Código Florestal que amnistia desmatadores da floresta e reduz a área protegida. E está a ser comparado, em termos simbólicos, às mortes do seringueiro Chico Mendes, em 1988, ou da missionária Dorothy Stang, em 2005. "É algo que nos comove a todos", disse a ambientalista Marina Silva, ex-candidata à presidência: "O José Cláudio e sua esposa foram assassinados covardemente."

Presidente do Conselho Nacional das Populações Extrativistas (aquelas que colhem da natureza sem a prejudicar), José Cláudio era das vozes mais activas na defesa da floresta.

Ele e a mulher, representando 300 famílias juntas num projecto ecológico, interditavam estradas para forçar os camiões madeireiros a parar, anotavam as placas e denunciavam-nos ao IBAMA (protecção do ambiente) e ao Ministério Público. O casal já tinha escapado a uma emboscada em 2010.

Em Novembro, num espantoso depoimento para a série de palestras TED, José Cláudio conta como começou a colher castanha-do-pará aos sete anos e a partir daí viveu sempre da floresta: de fazer geleia de cupuaçu (uma fruta amazónica), cestos de cipó ou artesanato de madeira caída naturalmente, além da castanha.

De pé em cima do palco, mulato grisalho, de boina, jeans e T-shirt, José Cláudio explicou à plateia como em 1997 a região dele tinha 85 por cento de floresta nativa e com a chegada das madeireiras passou para pouco mais de 20 por cento, "um desastre" para quem vive da floresta.

Mais: como as madeireiras significam risco de morte violenta. "Vivo da floresta, protejo ela de todo o jeito, por isso eu vivo com a bala na cabeça a qualquer hora. Porque eu vou para cima, denuncio os madeireiros, denuncio os carvoeiros, e por isso eles acham que eu não posso existir. A mesma coisa que fizeram no Acre com o Chico Mendes querem fazer comigo, a mesma coisa que fizeram com a irmã Dorothy querem fazer comigo. Eu posso estar hoje aqui conversando com vocês e daqui a um mês vocês podem saber a notícia de que eu desapareci. Me perguntam: "Tem medo?" Tenho. Sou ser humano. Mas o medo não empata de eu ficar calado. Enquanto eu tiver força para andar, estarei denunciando todos aqueles que prejudicam a floresta. Essas árvores que tem na Amazónia são as minhas irmãs."

Violência crescente

Esse depoimento é a crónica de um assassinato anunciado. Não passou um mês, passaram seis, e José Cláudio morreu mesmo à bala, sem que nada tivesse sido feito para combater a impunidade dos madeireiros e proteger quem protege a floresta.

Pelo contrário: o número de trabalhadores rurais assassinados aumentou 30 por cento em 2010 (segundo um relatório recente da Comissão Pastoral da Terra) e só uma percentagem mínima dos assassinos é identificada (um em cada 17, de acordo com contas da revista Carta Capital).

Ao condenar o assassinato de terça-feira, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) disse que este crime "escancara a deficiência do Estado brasileiro em defender os filhos da terra que lutam em favor da vida", lembrando que, desde 2001, José Cláudio era ameaçado de morte. Estava numa lista de 58 pessoas marcadas para morrer.

Entre missionários, bispos, padres, irmãs e leigos, a CNBB regista muitas denúncias de pessoas ameaçadas no Pará, sobretudo no Sudeste do estado, uma espécie de faroeste.

Nas mãos de Dilma

Terça-feira à tarde, quando os deputados brasileiros foram informados do crime durante a votação do novo Código Florestal, a bancada "ruralista" vaiou o anúncio. Os "ruralistas" representam o lobby da agro-indústria no Congresso.

"No momento em que estão se discutindo retrocessos na legislação ambiental, colocando praticamente na clandestinidade aqueles que têm arriscado sua vida para proteger a lei, agora os que desrespeitam a lei e desrespeitam a vida estão tendo esse processo próximo de ser legalizado", foi o comentário de Marina Silva ao novo código, aprovado por larga maioria.

O texto ainda vai ao Senado e à Presidente. "Eu tenho a prerrogativa do veto", já disse Dilma Rousseff. "Se eu julgar que qualquer coisa prejudica o país, eu vetarei."

Nomeadamente a amnistia para desmatadores: "O desmatamento não pode ser amnistiado, não por alguma vingança, mas porque as pessoas têm que perceber que o meio ambiente é algo muito valioso que nós temos que preservar e que é possível preservar."

Dilma pediu à Polícia Federal para investigar o assassinato de José e Maria.

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Exposição sobre Dia Mundial da Diversidade Biológica

Sob a orientação da docente Susana Nascimento, as turmas do oitavo realizaram um conjunto de folhetos sobre diversas áreas protegidas portuguesas e espécies em diferentes graus de ameaça. Os alunos que desenvolveram o melhor trabalho terão como prémio uma saída de campo a realizar no dia 4 de Junho, orientados por um técnico do PNSAC e graças ao transporte amavelmente cedido pela Junta de Freguesia de Rio Maior.


De referir ainda que esta atividade, para além de se enquadrar no cumprimento dos objetivos previstos no programa de Ciências Naturais do oitavo ano, resulta ainda de uma articulação com o definido no plano de trabalho do Programa Eco-escolas. De referir que tanto o PNSAC como a Junta de Freguesia de Rio Maior são entidades parceiras no Programa Eco-escolas, fazendo parte do Conselho Eco-escola.

Ficam aqui alguma fotos como reportagem do trabalho desenvolvido pelos alunos do oitavo ano e pela professora Susana Nascimento.





quarta-feira, 25 de maio de 2011

Dia Mundial da Diversidade Biológica


No dia 18 de Maio deslocou-se à nossa escola a Drª Maria João Silva do PNSAC para uma palestra destinada aos alunos do 8º A e D. Deixamos aqui o vídeo completo dessa conferência, que incidiu sobre a proteção dos morcegos na zona do PNSAC, a sua importância e o estado de conservação atual.



afinal os tugas são bons em alguma coisa!

Projecto português para conservar lince-ibérico considerado um dos melhores da Europa
24.05.2011
Helena Geraldes

O projecto da Liga para a Protecção da Natureza (LPN) que, ao longo de três anos, recuperou o habitat do lince-ibérico no Alentejo, foi esta semana distinguido como um dos seis melhores projectos europeus de conservação de um total de 59.

O projecto LIFE na região de Moura/Barrancos recuperou 16 hectares de área ardida e quatro quilómetros de vegetação ribeirinha, bem como 15 pequenas charcas para a fauna silvestre. Para recuperar as populações de coelho-bravo, a principal presa do lince-ibérico, foram criados 60 hectares de pastagens de leguminosas e gramíneas, cem abrigos artificiais de reprodução, 120 comedouros e 72 bebedouros.

Mas, para Eduardo Santos, um dos responsáveis pelo projecto (que decorreu de Outubro de 2006 a Dezembro de 2009), o melhor resultado foi a metodologia de parcerias com cerca de dez proprietários e gestores, numa superfície total de cerca de 7700 hectares. “Penso que pesou bastante o facto de trabalharmos desta forma aberta, com as pessoas, em prol de uma espécie para a qual nem sempre havia muita receptividade”, comentou hoje ao PÚBLICO.

O objectivo geral para a espécie Lynx pardinus, o felino mais ameaçado no planeta, é criar um corredor entre as populações existentes em Espanha e os territórios favoráveis em Portugal onde o lince já existiu. “Os habitats, em grande parte, continuam relativamente bem conservados, nomeadamente os azinhais e sobreirais e os grandes matagais mediterrânicos”, considerou Eduardo Santos, da organização que trabalha na recuperação do habitat da espécie desde 2004. O que ainda está mais longe de conseguir, acrescenta, é a recuperação das populações de coelho-bravo, espécie muito afectada pelas doenças mixomatose e febre hemorrágica viral.

Do trabalho dos últimos anos na conservação do lince-ibérico, Eduardo Santos salienta os progressos na receptividade das populações e a forma como a espécie voltou a estar na ordem do dia, principalmente depois do sucesso dos centros de reprodução em cativeiro em Espanha, desde 2007, e em Silves, em 2009. “Ainda quem nem todos estejam convencidos, a verdade é que estão mais alertados para o assunto”.

Desde 2007, a Comissão Europeia selecciona os melhores projectos LIFE Natureza que terminaram no ano transacto, com critérios como a melhoria no estatuto de conservação de uma espécie ou habitat, os efeitos a curto e a longo prazo e os impactos a nível regional, nacional e internacional. Depois, destes são escolhidos os seis melhores. No ano passado foram concluídos 59 projectos nos vários países, 18 foram distinguidos e destes, ainda foram seleccionados os seis melhores, um dos quais o da LPN.

O projecto LIFE “Recuperação do Habitat do Lince-Ibérico no Sítio Moura/Barrancos” foi co-financiado em 75 por cento pela Comissão Europeia e contou com a parceria da Fauna & Flora International e o Centro de Investigação e Intervenção Social.

A Liga continua no terreno com o novo projecto LIFE “Promoção do Habitat do Lince-Ibérico e do Abutre-Preto no Sudeste de Portugal”.

terça-feira, 17 de maio de 2011

Green Cork

























No projecto da nossa escola, onde recolhemos rolhas de cortiça, conseguimos recolher 14 kg de rolhas. O projecto consiste em substituir materiais ofensivos para a natureza por rolhas...reciclando-as.

Neste trabalho juntámos rolhas de cortiça para ajudar a plantar mais árvores, porque há espécies em vias de extinçao que necessitam de habitat. Fizémos panfletos, cartazes e uma palestra para o 1º ciclo. O projecto green cork nao foi feito só na escola sede também nos centros educativos e nas escolas e jardim de infância.

Ass: Diana Ferreira
Diogo Sequeira
Fabiana Patricio 7º D
Diogo José